Concelho de Braga é exceção (por enquanto) a aumento das rendas

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Dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, o de Braga foi o único que registou uma queda no 1.º trimestre do ano, e em comparação com o mesmo período de 2024. A explicação parece estar no aumento da oferta, mas o movimento Porta a Porta garante que a descida de 0,9% é residual e que os preços continuam a ser "incomportáveis".

 


O anúncio de um T1 no centro da cidade para arrendar por 850 euros continua online. E isso é uma novidade por ser “um apartamento bastante recente, moderno, e que está disponível há três semanas”. Algo que seria “impensável” há um ou dois anos, reconhece Sara Rodrigues, da imobiliária GDS, garantindo que em cerca de 24/48 horas seria arrendado.

 

Esta ligeira alteração no mercado acontece numa altura em que o município é notícia por ter sido, de acordo com Instituto Nacional de Estatística (INE), o único dos 24 concelhos do país com mais de 100 mil habitantes onde, no primeiros três meses do ano, o valor mediano das rendas para os novos contratos desceu em relação ao período homólogo de 2024.

 

Uma queda de apenas 0,9%, com o preço do metro quadrado a fixar-se nos 7,45 euros. Para a autarquia, o motivo principal é um.

 

“Temos emitido mais licenças urbanísticas relativas à habitação do que aquelas que têm dado entrada na secretária da Câmara Munoicipal, o que significa que estamos a licençar tudo o que entra e ainda estamos a limpar passivo de anos anteriores. Em 2012, licenciávamos à volta de 200 processos por ano e, neste momento, andamos à volta dos 1600/1700 licenciamentos/ano”, adiantou à SIC o vereador do Urbanismo, João Rodrigues.

 

O aumento da oferta é também uma das explicações que o setor apresenta para a pequena descida do preço do arrendamento. “Terem ficado em Braga mais imóveis disponíveis, permitiu que as pessoas tivessem mais oferta e não tivessem de optar pelo que havia e ao preço que havia”, sustenta a agente imobiliária, Sara Rodrigues.

Há, no entanto, quem desvalorize estes dados do INE e insista em queixas antigas.

 

“A realidade é um bocado diferente do que alguns números nos podem dar. No centro histórico tinhamos T1, por exemplo, a 300 euros e os preços que vemos hoje em dia na maioria do concelho são de 600/700 euros”, alerta André Castanho, do movimento Porta-A-Porta.

 

Um problema que a autarquia espera mitigar com a futura alteração do PDM (Plano Diretor Municipal). "Vai haver mais oferta, não digo que vá fazer com que os preços retraiam, mas há-de certamente colocar um travão neste aumento que se tem vereficado", antevê o vereador João Rodrigues.

 

 

Certa é para já a retração que surge depois de anos consecutivos de subidas nos preços. No 4.º trimestre de 2020 em Braga, o valor mediano das rendas por M2 era de 5,11 euros, agora está nos 7,45 euros.

Publicado a: 03 de Julho de 2025

Por: SIC Notícias

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