Entre o mar e o Gerês, seis locais para refrescar o verão na região de Braga
Cascatas, piscinas naturais ou praias, no distrito de Braga não faltam locais para atenuar os dias quentes. Para mergulhar ou dormir embalado pela água, conheça seis locais para se refrescar este verão.
Da brisa do mar da Apúlia, à Cascata do Arado ou à Fecha de Barjas, refrescar nos dias quentes é a palavra de ordem. Passear pela natureza ou dormir em pequenos refúgios, um deles sobre uma cascata, são outras das opções e o pretexto ideal para conhecer em detalhe estes tesouros que o distrito de Braga soube preservar. Faça-se à estrada e deixe-se deslumbrar por esta região, sempre com a água como denominador comum.
Praia da Apúlia
É uma das mais queridas praias da região e está inserida no parque natural do litoral norte, antiga área de paisagem protegida do litoral de Esposende, que se estende ao longo de 16 quilómetros, entre a foz do rio Neiva e a Apúlia. Com várias dezenas de espécies de animais e plantas e mais de 7600 hectares de área marinha, é também uma das principais áreas balneares do norte. Os moinhos de vento no topo das dunas, onde já se moeram cereais, são agora casas de férias e um dos grandes chamarizes da zona. Os coloridos barcos do porto de pesca, que divide a zona norte e sul da praia, utilizados para a pesca artesanal e para a recolha do sargaço, uma espécie de algas marítimas, usado ainda hoje como fertilizante nos campos agrícolas, são outra das atrações da praia da Apúlia. Com um areal extenso, bem servida por diversas infraestruturas de apoio, muito frequentada nos meses de verão e reconhecida com diversas distinções como Bandeira Azul ou Prémio Cinco Estrelas Regiões, é ainda recomendada por médicos por ser extremamente rica em iodo.

Cascata do Arado
É na aldeia de Ermida, em Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro, em pleno coração do Gerês que, a cerca de 900 metros de altitude, esta queda de água entre as rochas dá origem a uma sucessão de cascatas singulares que terminam num lago de águas cristalinas. Apesar de aparentemente convidativo para ir a banhos, o acesso à cascata do Arado para esse efeito é desaconselhado por ser bastante perigoso, nomeadamente devido ao piso escorregadio e irregular que ali conduz. Parta da vila do Gerês em direção à barragem da Caniçada e depois seguindo a indicação para Ermida. Quando chegar à estrada de terra batida, siga por esse caminho durante cerca de um quilómetro, virando à direita ao encontrar a indicação cascata do Arado. Siga até se deparar com a ponte que liga ambas as margens do rio Arado e estacione. É agora tempo de prosseguir a pé pelas escadas em pedra que dão acesso ao miradouro da cascata do Arado, de onde pode desfrutar da panorâmica e ouvir o som melodioso da queda de água. Aviste o vale do rio a partir do panorâmico miradouro das Rocas. Da cascata do Arado parte um caminho de imensa beleza: o trilho do Poço Azul. Inicia-se junto à escadaria que dá acesso à cascata do Arado e prolonga-se por perto de cinco quilómetros (10 com o regresso), boa parte à sombra de árvores frondosas.

Fecha de Barjas
Situada no fundo de um vale, a cascata e lagoa de Fecha de Barjas ou cascata do Taiti, como é popularmente conhecida, é apenas acessível por sinuosos caminhos pedestres e sem proteções. O percurso faz-se pela margem esquerda do rio, junto à ponte, até chegar à parte mais recôndita, a preferida para banhos, mas desaconselhada para grupos com crianças – neste caso, devem optar pelas primeiras lagoas a surgir no percurso, mais rasas e de fácil acesso. Apesar da dificuldade no acesso, quem continuar a descida íngreme vai ser compensado com uma paisagem arrebatadora: as águas provenientes do rio Arado caem pelas rochas até uma lagoa principal, serena e paradisíaca, exceto em épocas de muita afluência turística. Localizada nas Caldas do Gerês, perto da aldeia da Ermida, no concelho de Terras de Bouro, a cascata e lagoa de Fecha de Barjas não dispõe de infraestruturas nas proximidades, por isso, além de roupa e calçado confortáveis, é indispensável levar mantimentos necessários para um dia de mergulhos na natureza. E uma máquina fotográfica, já que o cenário é de cortar a respiração.

Rio Cávado, Amares
O concelho minhoto de Amares é também conhecido pelas águas medicinais das Termas de Caldelas que, para além do bem estar e combate ao stress, ajudam no tratamento de perturbações do aparelho digestivo, pele e reumatismo. Estão rodeadas de jardins, ideais para caminhadas, ou para momentos de leitura. Aceite a sugestão de ler a obra Águas de Verão da escritora Alice Vieira, que aqui passou as férias estivais, dos quatro aos 14 anos e inspirou-se nas termas para escrever. Em plena natureza, tenha sempre à mão uma máquina fotográfica, uma vez que no caminho, é sempre possível encontrar animais, selvagens ou em trânsito, e marcos miliários da Geira Romana, um troço da via XVIII do Itinerário de Antonino, ligando Bracara Augusta, atualmente a cidade Braga à Asturica Augusta, agora conhecida como Astoga, um município da comunidade autónoma de Castela e Leão, em Espanha, que atravessava o Gerês, chegando ao país vizinho pela Portela do Homem.

Casa Moinho da Porta
Resguardado entre um bosque e uma ribeira guarda-se um segredo chamado Casa Moinho da Porta. No espaço verde, que alberga também o Estúdio Cascata, um curso de água passa por baixo das casas, embalando a tranquilidade da estadia. No enquadramento natural, onde antes estava um moinho com mais de 400 anos, os dois alojamentos são apoiados por uma piscina. Fica perto de Taíde, em Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, e nasce da recuperação de um antigo moinho de água com mais de 400 anos, que demorou quatro anos a ser requalificado. Os dois alojamentos, apenas separados por 15 metros, acolhem seis hóspedes. Com duas suítes, uma cozinha e uma sala de jantar com lareira, na Casa Moinho da Porta podem ficar alojados quatro hóspedes. Também tem uma varanda sobre a ribeira de Vides, que é um afluente do rio Ave e ainda um extenso espaço exterior com piscina. No Estúdio Cascata dorme-se precisamente por cima da cascata. Tem um quarto com cama de casal, uma zona de estar e uma cozinha sob a qual é possível ver a ribeira de Vides a passar por um chão de vidro. A Casa Moinho da Porta (Lugar do Moinho da Porta, Taíde, Póvoa de Lanhoso. Tel. 935768421) só aceita reservas pelo mínimo de duas noites (a partir de €110), que podem ser feitas por e-mail.

Refúgio Saltus
Abriu em plena pandemia, este pedaço de Éden, localizado a poucos quilómetros da cidade de Guimarães. Tem apenas dois bungalows, o Jacuzzi Bungalow, que pode ser alugado como T1 para duas pessoas (a partir de €220), com capacidade para alojar quatro pessoas, com quarto com cama de casal, cozinha equipada, um contemplativo alpendre, sala de estar, casa de banho e, ainda, a dar o nome ao alojamento, um jacuzzi privado, com a água sempre aquecida, entre 36 e 38 graus. O segundo alojamento do Refúgio Saltus chama-se Penedo Bungalow (a partir de €180), e está inserido no bosque de castanheiros da propriedade. Oferece uma suíte com cama king size, uma kitchenette equipada e um alpendre com vista para as cascatas. Vocacionado para escapadinhas românticas, dá acesso à piscina do alojamento localizado entre uma plantação de bananeiras e diversas plantas exóticas que aromatizam o ar, criando um ambiente de romance. Permite ainda a utilização da sauna, com vista para o bosque, e dá acesso aos passadiços e às pequenas cascatas no riacho que atravessa a propriedade.
Souto, São Salvador, Guimarães. Tel. 910615043
Fonte: Expresso.pt
Publicado a: 04 de Agosto de 2023
Por: Expresso.pt