Juros nos novos créditos habitação voltam a descer pela 4ª vez seguida

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Sete em cada 10 créditos da casa são a contratados a taxas mistas, que estão mais acessíveis face às taxas variáveis, revela BdP.

A grande maioria dos novos créditos habitação em Portugal continuam a ser contratados a taxas mistas, que estão mais acessíveis do que as taxas variáveis e indexadas à Euribor. Esta nova tendência de contratação de empréstimos para a compra de casa tem-se refletido na taxa de juro média dos novos contratos de crédito habitação que diminuiu pelo quarto mês consecutivo, fixando-se em 3,72% em fevereiro, revelam os dados do Banco de Portugal (BdP). Ainda assim, o montante concedido em novos créditos da casa voltou a cair em fevereiro, assim como as renegociações e amortizações.

 

“A taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,09 pontos percentuais (p.p.) [face a janeiro], fixando-se em 3,72% em fevereiro”, revela o BdP no boletim publicado na sexta-feira, dia 5 de abril. Esta foi mesmo a quarta vez consecutiva que os juros desceram nos novos contratos de crédito habitação em Portugal.

 

Também os juros médios dos contratos  renegociados desceram para 4,23% em fevereiro, levando a que a taxa de juro média das novas operações de crédito habitação – que incluem os novos contratos e renegociações – passasse de 4,05%, em janeiro, para 3,91% em fevereiro, sendo esta quinta descida mensal seguida.

Este novo recuo da taxa de juro média nos novos créditos habitação em Portugal pode ser explicado pelo facto de as taxas mistas estarem a ser contratadas por valores mais acessíveis às famílias, antecipando queda da Euribor (sobretudo, com juros fixos a curto prazo). Além disso, as taxas mistas representam 72% dos novos créditos habitação própria e permanente em fevereiro – a finalidade mais revelante no conjunto de novos empréstimos da casa.

 

Já as taxas variáveis voltaram a perder terreno, passando a pesar 24% dos novos empréstimos da casa, dos quais 43% foram contratados com a Euribor a 6 meses e 42% a Euribor a 12 meses. A verdade é que as taxas Euribor oscilaram em fevereiro, tendo mesmo subido para os prazos mais longos. Mas estas ligeiras subidas acabaram por contrabalançar com as taxas mistas mais baratas nesse mês. Por outro lado, a taxa fixa representa apenas 4% destes novos contratos.

 

 

Montante de novo crédito habitação cai –  renegociações e amortizações também

 

Apesar de as taxas mistas estarem mais acessíveis e a Euribor ter tendência a descer sobretudo com a esperado corte dos juros do BCE para junho, o valor concedido a novos créditos da casa voltou a cair. "O montante dos novos contratos de empréstimos à habitação foi de 1.137 milhões de euros em fevereiro, menos 47 milhões de euros face a janeiro", revela o BdP.

 

O que também salta à vista é que houve uma queda nas renegociações. Em concreto, as renegociações de crédito à habitação diminuíram 116 milhões de euros em fevereiro relativamente a janeiro, para um total de 642 milhões de euros.

 

Olhando para o stock de empréstimos de habitação própria e permanente, verifica-se que as famílias estão também a amortizar menos capital. “As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram 0,91% do stock de empréstimos em fevereiro, menos 0,37 p.p. do que no mês anterior (1,29%). Este é o valor mais baixo desde julho de 2023”, lê-se no documento.

 

As amortizações antecipadas totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) representaram 88% das amortizações antecipadas em fevereiro.

 

 
 
 
Fonte: Idealista.pt

Publicado a: 08 de Abril de 2024

Por: Idealista.pt

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