Melhor Euribor: o que é, impacto e evolução em 2025
Saiba o que é a Euribor, como influencia o crédito habitação em Portugal e como a melhor Euribor tem evoluído desde o início de 2025.
O que é a Euribor?
A Euribor (European Interbank Offered Rate) é a taxa média de juro que os bancos na zona euro cobram para emprestar dinheiro entre si a curto prazo, em euros. Na prática, é o custo do dinheiro no mercado interbancário e serve como referência para diversos produtos financeiros, sobretudo para o crédito habitação com taxa variável, muito comum em Portugal.
Existem diversas taxas Euribor, que variam conforme o prazo: a de 1 semana, e as mais usadas em crédito habitação, que são a Euribor a 3, 6 e 12 meses. O valor da Euribor reflete a média das taxas praticadas por um painel de bancos europeus, ponderada para excluir extremos e publicar valores representativos.
A Euribor não é fixada diretamente pelo Banco Central Europeu (BCE), mas é fortemente influenciada pelas suas decisões sobre as taxas diretoras, que regulam o preço do dinheiro na economia europeia. Quando o BCE aumenta as taxas, a Euribor tende a subir; quando as reduz, a Euribor desce.
Qual é o impacto da Euribor no crédito à habitação?
Para quem tem um crédito habitação com taxa variável, a Euribor é determinante no cálculo das prestações mensais. A taxa de juro a pagar resulta da soma entre o spread (margem fixa acordada com o banco) e a Euribor vigente no momento da revisão do contrato, que ocorre nos prazos específicos contratados (exemplo: 3, 6 ou 12 meses).
Quando a Euribor sobe, as prestações aumentam, podendo tornar o crédito mais oneroso; quando baixa, as prestações diminuem, trazendo alívio financeiro. Por isso, é importante escolher a melhor Euribor, a que ofereça condições mais vantajosas segundo o perfil do mutuário e o tipo de revisão contratual.
Evolução da Euribor em 2025: o que mudou?
No ano de 2025, a Euribor tem mostrado movimentos significativos que alteram o comportamento dos mutuários e do mercado. Até à primeira metade do ano, verificou-se uma subida generalizada na maioria dos prazos, impulsionada pela política monetária restritiva do BCE para controlar a inflação na zona euro.
Porém, a partir de junho, a Euribor a 12 meses, que vinha liderando o mercado sendo a mais contratada, registou uma primeira quebra desde o início do ano, caída de 74,8% da quota de mercado em junho para 66,1% em julho. Foi o valor mais baixo desde fevereiro, o que indica uma mudança de estratégias por parte dos consumidores.
Com esta quebra, a Euribor a 6 meses recuperou protagonismo, ganhando quota de 24,5% para 30,6%, retorcendo níveis do início do ano. A Euribor a 3 meses, embora ainda menos usada, mostrou sinais de subir, passando de uma quota de apenas 0,7% para 3,3%, atingindo o seu valor mais elevado em 2025 até agora.
Esta redistribuição das preferências dos prazos Euribor pode estar ligada à perceção dos mutuários de que as taxas de juro atingiram um pico, incentivando-os a optar por revisões mais curtas para poderem beneficiar mais rapidamente de eventuais descidas futuras.
Qual a melhor Euribor escolher?
Escolher a melhor Euribor depende do perfil do cliente e das suas expectativas sobre o mercado de taxas de juro.
A Euribor a 12 meses oferece maior estabilidade nas prestações ao longo do prazo, pois o valor da taxa só é revisto uma vez por ano, protegendo contra alterações frequentes. No entanto, pode vir a ser menos vantajosa se as taxas forem previstas cair, já que o cliente está “preso” a um valor durante mais tempo.
A Euribor a 6 meses é a opção intermédia, com revisões semestrais, garantindo um equilíbrio entre estabilidade e possibilidade de reajuste relativamente frequente. Atualmente cresceu em popularidade, refletindo a busca por flexibilidade sem exposição contínua.
A Euribor a 3 meses é a mais sensível a mudanças rápidas: a revisão do valor ocorre trimestralmente, podendo ser vantajosa se as taxas caírem rapidamente, mas implica também volatilidade nas prestações e maior incerteza orçamental.
Assim, a “melhor Euribor” é aquela que torna as mensalidades mais compatíveis com a capacidade financeira do mutuário, ajustando-se ao perfil de risco, horizonte temporal e a perspetivas económicas que cada cliente tem.
Perspetivas para o resto de 2025
O comportamento da Euribor em 2025 está atrelado às decisões do BCE sobre as taxas diretoras. Com sinais recentes de abrandamento da economia europeia e expectativas de cortes de juros em breve, as taxas Euribor poderão estabilizar ou descer no curto prazo, beneficiando mutuários que escolham prazos mais curtos para revisão.
Entretanto, os valores praticados e as preferências dos consumidores continuam a evoluir, com alguns a manterem-se cautelosos e outros mais otimistas, o que influencia o mercado de crédito habitação.
Conclusão
A melhor Euribor para cada pessoa depende de uma avaliação cuidadosa do seu perfil financeiro, dos prazos de revisão do crédito e do cenário macroeconómico. Compreender o que é a Euribor, como funciona e acompanhar a sua evolução recente são passos fundamentais para tomar decisões informadas.
Em 2025, assistimos a uma transição na preferência dos mutuários entre as várias Euribors, com destaque para a recuperação da Euribor a 6 meses e a quebra da Euribor a 12 meses, um fenómeno ligado às expectativas de descida das taxas diretoras do BCE.
Quem estiver a contratar crédito à habitação ou a rever as condições atuais deve procurar aconselhamento especializado para escolher a melhor Euribor e ajustar o seu financiamento às condições do mercado e às suas necessidades pessoais.
Publicado a: 14 de Agosto de 2025
Por: Redação