Prestação da casa sobe novamente com Euribor a 3 meses

subir-euribor

A prestação da casa vai voltar a aumentar em novembro nos contratos indexados à Euribor a 3 meses, marcando o fim do ciclo de descidas sucessivas.

Famílias com crédito voltam a sentir agravamento

 

A prestação da casa vai voltar a subir em novembro para os contratos de crédito à habitação indexados à Euribor a 3 meses. Depois de quase dois anos de reduções, o valor mensal pago pelas famílias começa novamente a aumentar, refletindo a inversão de tendência nas taxas de juro de referência.
 
Embora o agravamento seja moderado, o movimento confirma o fim de um ciclo de alívio no esforço financeiro das famílias portuguesas. Durante grande parte de 2024, a descida das Euribor tinha permitido prestações mais leves, após uma fase prolongada de subida das taxas do Banco Central Europeu. Agora, com a estabilização da política monetária, as Euribor voltaram a ganhar fôlego.
 
Para os contratos revistos em novembro, a média da Euribor a 3 meses deverá traduzir-se num acréscimo modesto, mas suficiente para interromper a sequência de descidas. Este indicador serve de referência para mais de um quarto dos empréstimos à habitação em Portugal, pelo que o impacto será sentido por milhares de famílias.
 

Euribor a 6 e 12 meses ainda aliviam prestações

 

Nem todas as famílias vão sentir já este aumento. Os contratos de crédito indexados à Euribor a 6 e 12 meses ainda vão beneficiar de alguma descida nas prestações durante novembro. A tendência resulta das revisões automáticas associadas a cada prazo, que refletem o comportamento das médias mensais registadas no trimestre anterior.
 
Assim, quem tenha empréstimos revistos a cada seis ou doze meses verá o valor da prestação da casa diminuir ligeiramente, o que representa um breve alívio antes de um provável novo aumento no final do ano. A evolução recente das taxas Euribor sugere que, se a atual trajetória se mantiver, os encargos deverão voltar a subir já em dezembro para os contratos de revisão semestral.
 
Apesar dessa breve folga, o contexto económico e a política de estabilidade do Banco Central Europeu indicam que as taxas deverão manter-se próximas dos atuais níveis durante algum tempo, o que limita o espaço para novas descidas.
 

Fim do ciclo de descidas e cenário de estabilidade

 

O Banco Central Europeu optou por manter inalteradas as taxas diretoras da Zona Euro, sinalizando uma postura prudente perante um ambiente económico incerto e uma inflação ainda acima da meta. Esta decisão contribui para travar variações abruptas nas Euribor, mas também prolonga a fase de prestações elevadas.
 
Para as famílias com crédito à habitação, este cenário traduz-se num período de estabilidade com tendência de ligeiro aumento da prestação da casa. A incerteza sobre a inflação e o abrandamento da economia europeia fazem antever que o BCE mantenha as taxas nos níveis atuais durante vários meses.
 
Mesmo sem subidas significativas, a persistência de prestações altas continua a pressionar o orçamento das famílias portuguesas, sobretudo as que assumiram empréstimos recentes. A recomendação dos especialistas é acompanhar as revisões periódicas, planear com antecedência e avaliar possíveis renegociações com o banco, especialmente em contratos mais curtos.

Publicado a: 05 de Novembro de 2025

Por: Redação

Avalie o seu imóvel